quinta-feira, 19 de maio de 2011

AS IYAMI


Iyami Oshoronga
Quando se pronuncia o nome de Iyami Oxorongá quem estiver sentado deve se levantar, quem estiver de pé fará uma reverência pois esse é um temível Orixá, a quem se deve respeito completo.
Pássaro africano, Oxorongá emite um som onomatopaico de onde provém seu nome. É o símbolo do Orixá Iyami, ai o vemos em suas mãos. Aos seus pés, a coruja dos augúrios e presságios. Iyami Oxorongá é a dona da barriga e não há quem resista aos seus ebós fatais, sobretudo quando ela executa o Ojiji, o feitiço mais terrível. Com Iyami todo cuidado é pouco, ela exige o máximo respeito. Iyami Oxorongá, bruxa é pássaro.
As ruas, os caminhos, as encruzilhadas pertencem a Esu. Nesses lugares se invoca a sua presença, fazem-se sacrifícios, arreiam-se oferendas e se lhe fazem pedidos para o bem e para o mal, sobretudo nas horas mais perigosas que são ao meio dia e à meia-noite, principalmente essa hora, porque a noite é governada pelo perigosíssimo odu Oyeku Meji.
À meia-noite ninguém deve estar na rua, principalmente em encruzilhada, mas se isso acontecer deve-se entrar em algum lugar e esperar passar os primeiros minutos. Também o vento (afefe) de que Oya ou Iansan é a dona, pode ser bom ou mau, através dele se enviam as coisas boas e ruins, sobretudo o vento ruim, que provoca a doença que o povo chama de "ar do vento".
Ofurufu, o firmamento, o ar também desempenha o seu papel importante, sobretudo á noite, quando todo seu espaço pertence a Eleiye, que são as Ajé, transformadas em pássaros do mal, como Agbibgó, Elùlú, Atioro, Osoronga, dentre outros, nos quais se transforma a Ajé-mãe, mais conhecida por Iyami Osoronga. Trazidas ao mundo pelo odu Osa Meji, as Ajé, juntamente com o odu Oyeku Meji, formam o grande perigo da noite. Eleiye voa espalmada de um lado para o outro da cidade, emitindo um eco que rasga o silêncio da noite e enche de pavor os que a ouvem ou vêem.
Todas as precauções são tomadas. Se não se sabe como aplacar sua fúria ou conduzí-la dentro do que se quer, a única coisa a se fazer é afugentá-la ou esconjurá-la, ao ouvir o seu eco, dizendo Oya obe l’ori (que a faca de Iansã corte seu pescoço), ou então Fo, fo, fo (voe, voe, voe).
Em caso contrário, tem-se que agradá-la, porque sua fúria é fatal. Se é num momento em que se está voando, totalmente espalmada, ou após o seu eco aterrorizador, dizemos respeitosamente A fo fagun wo’lu ( [saúdo] a que voa espalmada dentro da cidade), ou se após gritar resolver pousar em qualquer ponto alto ou numa de suas árvores prediletas, dizemos, para agradá-la Atioro bale sege sege ([saúdo] Atioro que pousa elegantemente) e assim uma série de procedimentos diante de um dos donos do firmamento à noite.
Mesmo agradando-a não se pode descuidar, porque ela é fatal, mesmo em se lhe felicitando temos que nos precaver. Se nos referimos a ela ou falamos em seu nome durante o dia, até antes do sol se pôr, fazemos um X no chão, com o dedo indicador, atitude tomada diante de tudo que representa perigo. Se durante à noite corremos a mão espalmada, à altura da cabeça, de um lado para o outro, afim de evitar que ela pouse, o que significará a morte. Enfim, há uma infinidade de maneiras de proceder em tais circunstâncias.
(Do livro "Mural dos Orixás" de Caribé e texto de Jorge Amado - Raízes Artes Gráficas)
 


Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguém as conhece por seus nomes. As Iyami representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e a ambição das Iyami em favor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas.
O poder de Iyami é atribuído às mulheres velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele pode pertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas avós.
Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam infinitamente menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).
Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar seus próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder da feiticeira; é recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos maléficos.
Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da ave. Para combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar pimenta vermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu interdito.
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus pássaros. É este pássaro quem leva os feitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e é silencioso.
"Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os intestinos de alguém, levarão".
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dá dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e não deixa as grávidas darem à luz.
As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas. Toda Iyami deve levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma Iyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami.
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.
Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muito virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas. E só Orunmilá consegue 

terça-feira, 12 de abril de 2011

AGDAVI E ADJA DE OURO 2011 "O EVENTO"

Com um contingente de 523 pessoas o evento Agdavi e adjá de ouro 2011 foi um sucesso,muitos momentos marcaram este evento banhado de lágrimas e emoções dos homenageados,personalidades do Brasil inteiro estiveram presentes enriquecendo a noite de gala dos adeptos das Religiões Afro descendente.
O cineasta Pola Ribeiro de Salvador/BA palestrou logo após a exibição do trai ler do filme "O Jardim das folhas Sagradas" falando da importância deste filme para as comunidades de terreiro,o grupo Babaxé de Salvador/BA nos honrou com uma belíssima apresentação interpretando a dança dos Orisás, Personalidades da politica local como o Diretor de meio Ambiente do município de Mongagua Sérgio Vicente Domenico ,Alexandre da Secretaria de meio Ambiente do município de Santos,Omimdareuá da INTECAB São Paulo entre outros estiveram presentes.
O Presidente do informativo AXE IN FOCO PAI DANILO T'IYEMONJÁ prestigiou nossos homenageados com palavras emocionantes,agradecendo junto a Presidente da Associação jurema Preta na União das Crenças Mãe Denise á todos presentes.
O homenageado Mogbá Klaudio t"Osalá ofereceu um requintado coquitel aos homenageados no Ase Opo Ajaguna encerrando assim uma noite Glamourosa.

quinta-feira, 31 de março de 2011

TERCEIRO LUGAR AGDAVI DE OURO 2011

           OGAN LUCAS DE SANGO



OGAN LUCAS CRESCEU EM MEIO AS RELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS,MAIS SO SE INICIOU EM 03 DE JULHO DE 2007 AO ORISÁ SANGO COM A IYALORISÁ LUCIA T’NONÓN RECEBENDO CARGO DE OJUOBA NO ASÉ DE SUA AVÓ IYALORISÁ TARCILA DE OYA,UMA GUERREIRA DO MUNICIPIO DE SÃO VICENTE QUE PROMOVE UM LINDO TRABALHO FILANTROPICO NOS BAIRROS HUMAITAS E PARQUE CONTINENTAL,SEU ASÉ DESCENDE DO SAUDOSO JOSÉ DEOBAKOSO DE ARACAJU/SERGIPE COM QUEM SUA IYALORISA FOI INICIADA,PASSANDO DEPOIS PARA O ASÉ OYA DODE DO BABALORISÁ WAGNER DE OYÁ COM QUEM ELA TOMOU SUAS OBRIGAÇÕES DE TRES E SETE ANOS. 


AGDAVI DE OURO 2010 "OGAN FERNANDO DE AIRÁ"



Começou a frequentar a Religião aos 16 anos de idade no Ile Asé da Iyá Ana D'Osun,à quem se diz dever  muito respeito,nesse Asé permaneceu por cinco anos e aprendeu a tocar e cantar o suficiente para quem estava no começo de uma grande jornada, tendo como mestre o Ogan David D'Osòogiyón q é filho carnal de Iyá Ana, foi indicado ao Agdavi de Ouro 2009 da Baixada Santista e alcançou o 3º lugar na premiação. 
Em 30 de janeiro de 2010 foi iniciado com o Cargo de Alagbe no Egbé Aràké Obàlufón pelas mãos da Iyalorisá Nilza de Osàalá onde contou com a presença de grandes personalidades do Candomblé da Baixada Santista e de São Paulo,logo após sua iniciação foi indicado ao Agdavi de ouro 2010,entre trancos e barrancos (RISOS) como diz nosso querido Ogan conquistou o primeiro lugar,pois contou com apoio de muitos adeptos do candomblé,sua humildade e simplicidade o faz ser o Ogan Fernando para muitos e apenas mais um para poucos.



quarta-feira, 30 de março de 2011

GLORIA PEREZ FALARA DA AFRICA

EM SUA PROXIMA NOVELA QUE PROVAVELMENTE ESTREARÁ EM 2013 NOSSA QUERIDA AUTORA ESTARÁ FALANDO DO BERÇO MÃE AFRICA,TEMA ESTE SUGERIDO PELA PROPRIA DIREÇÃO DA TV GLOBO,ENTRE MUITOS TEMAS QUE SERÃO ABORDADOS "RELIGIOSIDADE AFRICANA"SERÁ UM DELES.

OKULAILAI DO CANDOMBLE


DA BAIXADA SANTISTA


MÃE DAN.

. ELIZA E SEU NOME DE BATISMO,FILHA CARNAL DE ELIZABETE  DE SANGÓ, CONHECIDA POR KAOCY  QUE FOI INICIADA POR PAI BAIANINHO (OSUM TODEMIM), JÁ  AOS TREZE ANOS DE IDADE POR MOTIVOS DE SAÚDE ELIZA TAMBÉM FOI INICIADA AO SEU ORISÁ OSUMARE AOS DIAS 22 DE MAIO DE 1962,NA NAÇÃO ANGOLA,COM SEU PAI PERMANECEU POR TRES ANOS,APÓS ELE FECHAR A CASA E MUDAR DE CIDADE,ENTÃO TOMOU SUAS OBRIGAÇÕES DE UM,TRES,SETE,CATORZE E VINTE UM ANOS COM A IYALORISÁ OYA DELE,SE AFASTANDO DA  CASA POR MOTOS PARTICULARES,COMO SUA TRAJETORIA SEMPRE FOI LIGADA AO ASE OSUMARE ENTAO PROCUROU MÃE ANA D’OGUM FILHA DE DONA SIMPLICIA D’OGUM, COM QUEM TOMOU SUAS BODAS DE PRATA PASSANDO ENTÃO A FAZER PARTE DO ILE ASE OJU ONIRE,HOJE É UMA DAS IYALORISAS MAIS ANTIGAS DA BAIXADA SANTISTA,CONHECIDA COMO MÃE DAN,TEM SEU ASÉ ABERTO HÁ 37 ANOS,E FINAIZA DIZENDO “AGRADEÇO A DEUS E MEUS ORISÁS,POIS OSUMARE E MEU COMEÇO,MEIO E FIM",SE É QUE EXISTIRÁ UM FIM PARA AQUELA QUE HOJE É UMA RELIQUIA DO NOSSO CANDOMBLÉ DA BAIXADA SANTISTA. 

segunda-feira, 28 de março de 2011

MAM'ETU MAZAKESSY A MATRIARCA DO CANDOMBLE DE ANGOLA NA BAIXADA SANTISTA

 A MATRIARCA DO CANDOMBLE



Trajetória de Mam ‘etu Maza Kessy perante a religião e a cultura afro.
Uma mulher de família, feliz com a vida, com sua família material e espiritual.
Realizada e decidida, ama a sua religião, o Candomblé.
Adora todos os Minkise, principalmente o seu, Ndanda Lunda, e os seus filhos de santo. Gosta de amigos verdadeiros tem muitos e se empenha em conservá-los.
Apesar de ser conservadora e heterossexual, no seu vocabulário não existe a palavra discriminação, de pessoas, nível social, raças, religião, orientação sexual, cada um é cada um, desde que nos respeitem. Tem muitos amigos e amigas com estas características e todos á respeitam e tem o seu respeito também, diga-se de passagem, que são pessoas maravilhosas. Aprendeu que não cai uma folha da árvore se não é permitida por Deus. Se Deus (Nzambi) determinou assim, que assim seja!
Sua trajetória na religião de cultura e raiz afro teve início na Umbanda, sendo que bem antes aos seis anos teve as primeiras manifestações mediúnicas, que ocorreram no Nordeste, onde ninguém ouvia falar em mediunidade.
Seus pais vieram morar em Santos, e seus problemas continuaram, até que um dia lhe levaram desacordada ao terreiro de Mãe Munukaia, filha de Munakinã. Esta  lhe orientou nos primeiros passos de seu desenvolvimento, sendo que na época, ela só conhecia Katisso.
Sua família nunca aceitou, pois éram católicos e ela era Filha de Maria e catequista; até o dia em que conheceu seu marido, Rivaldo, com quem se casou. Companheiro divino, maravilhoso e que muito lhe ajudou na sua jornada. Quando iniciada para o nkise Ndanda Lunda, em outubro de 1970.
Sua iniciação foi com o Tatetu José Ribeiro, com quem realizou as obrigações de um ano e de três. Após a sua morte, continuou as obrigações com Kota Sisimi, filha de Tata Lessenge, sendo ele filho de Tatetu Bernadino (Ampumandezu) patriarca da nação Angola Kongo em Salvador Bahia. Com a morte dela continuou as obrigações com sua irmã de santo Mam’etu Mabegi, matriarca do Kupapa Unsaba no Rio de Janeiro, os catorze e vinte um anos, sem pompas e sem grandes festas, pois seu marido não gostava, e esta com ela até os dias de hoje.
Veja que nunca trocou de zelador e de nação, continuou na sua Angola Kongo (ou Kongo Angola).
Esta é a sua história, sem milagres, mas, com muito trabalho, dedicação, respeito, amor a religião e a todos os minkise. Sua vida sempre foi e será um livro aberto, e nem sempre só com flores perfumadas. Respeitando seus irmãos e a todos os adeptos do Candomblé.
Esta história teve inicio, meio e o fim, somente Deus (Nzambi) saberá,pois fim mesmo não haverá nunca pois nossa querida mam'etu e nossa matriarca e estará eternamente em nossas memorias e nossos corações.
                               
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